Universidade Mútua do Candeeiro – Redes de Trocas de Saberes
Por Chico Whitaker
1. Em 2020, o Núcleo Todos pelo Bem Comum criou a plataforma digital ocandeeiro.org.
2. Seus objetivos iniciais eram de longo prazo:
– contribuir para a formação política da sociedade brasileira;
– estimular a multiplicação de Núcleos sociais de reflexão, formação e ação política;
– contribuir para o crescimento e adensamento de um tecido social de Cidadania Ativa e Solidária.
3. Logo tornou-se necessário e urgente voltar-se para também para o curto prazo, o do enfrentamento à destruição do país, conduzida pelo Presidente da República eleito em 2018.
4. Nessa perspectiva, o Núcleo Todos pelo Bem Comum lançou uma série de ações, ao longo de 2020, 2021 e 2022 (ver retrospectiva) e propôs a criação de uma Frente de Resistência e Reconstrução Nacional.
5. Embora a conjuntura seja ainda de incertezas, ele considera que agora sua atividade deve e pode ser direcionada novamente para seus objetivos iniciais.
6. A Universidade Mútua do Candeeiro – Redes de Trocas de Saberes (UMC-RTS) pretende criar uma estrutura de apoio para essa retomada.
7. Seu princípio básico de funcionamento é: todos tem o que ensinar e todos tem o que aprender .
8. Sua função: criar modos, processos e ocasiões de trocas de saberes entre cidadãs e cidadãos sem poder institucional, em seus diversos níveis e tipos de atividade.
9. Quem assegura seu funcionamento são os interessados em seus objetivos que se inscreverem na plataforma digital ocandeeiro.org, como:
– associados-membros;
– associados-apoiadores;
– associados-operadores da plataforma.
10. Os associados à UMC-RTS serão estimulados a formar “Núcleos sociais de reflexão, formação e ação política”.
11. Os Núcleos podem ser de diferentes tipos e visar diferentes objetivos, segundo o interesse, as necessidades de ação e as possibilidades dos que os criem.
12. Os Núcleos serão autônomos e auto geridos em suas formas, métodos e ritmos de trabalho;
13. Os Núcleos se interligarão em rede, comprometendo-se a informar periodicamente os demais associados do desenvolvimento de suas atividades. Essas informações serão publicadas na plataforma ocandeeiro.org em “Intercartas Informativas Periódicas.”
14. Os associados à UMC-RTS serão convidados a indicar o conhecimento que desejam colocar (sem remuneração) à disposição dos demais associados, ou o conhecimento que desejam obter.
15. Com esses dados, os associados-operadores da plataforma organizarão programas de estudo e reflexão, para uso em formas diversas de troca horizontal de saberes, por textos, vídeos ou encontros presenciais e virtuais, dentro dos Núcleos e entre núcleos; e oferecerão assistência na intercomunicação entre ofertantes e interessados em saberes e outros tipos de apoio aos associados e núcleos.
16. A plataforma o candeeiro.org manterá digital uma biblioteca de textos e audiovisuais com esses saberes, para uso pessoal dos associados e dos Núcleos, em suas atividades de auto-formação e de formação política da sociedade, e livremente pela internet.
17. A plataforma será readequada para as necessidades da UMC-RTS e como instrumento de intercomunicação entre os associados.
18. O trabalho dos associados-operadores da plataforma serão assegurados voluntariamente e, eventualmente, se e quando necessário, por trabalho profissionalizado.
19. Um Conselho de Orientação, de Facilitação e de Gestão de Recursos facilitará o desenvolvimento das atividades da UMC-RTS. Ele será constituído voluntariamente pelos associados-membros, associados-apoiadores ou associados-operadores da plataforma que se disponham a prestar esse serviço.
20. A UMC-RTS pedirá o apoio de organizações de ajuda e contribuições voluntarias dos associados para o financiamento do trabalho profissionalizado.
21. Exemplos de temas, formas e objetivos possíveis dos “Núcleos sociais de reflexão, formação e ação política”:
– Plenários pró participação popular na reconstrução sócio-política do Brasil (retomando a experiencia dos anos 80 dos Plenários Pro-participação Popular nas Constituintes Federal, Estaduais e Municipais);
– Núcleos de apoio a campanhas eleitorais visando a composição de Legislativos Federais e Estaduais a serviço majoritariamente da sociedade e não de carreiras pessoais ou de setores sociais voltados unicamente para seus próprios interesses;
– Núcleos de discussão, formação e ação em temas específicos como o racismo, os direitos das mulheres, dos LGBTQIA+, a democracia, o fascismo, as ameaças ambientais, a educação, a saúde, a Amazonia, a defesa dos povos e territórios indígenas, a Paz, o nuclear, o funcionamento e a História do Estado e dos Poderes Republicanos, etc., etc., etc.
– Núcleos de levantamento das normas e serviços desmantelados pelo atual governo, para contribuir para a definição do esforço de reconstrução nacional;
– Núcleos de estudo e ação pelas mudanças legislativas necessárias para reconstruir as estruturas e normas que as boiadas do governo atual conseguiram desmoronar;
– Núcleos de apoio jurídico na defesa de cidadãs e cidadãos vítimas de ações do governo ou de empresas privadas contra seus direitos;
– Núcleos de apoio material a cidadãs e cidadãos vitimados por políticas econômicas governamentais e por políticas trabalhistas;
– Núcleos de produção de material escrito e audiovisual para a formação política;
– Núcleos de estudo dos instrumentos hoje existentes para a comunicação e a intercomunicação virtual;
– Núcleos de produção de material de comunicação para difusão das atividades da UMC-RTS, visando sua expansão;
– Núcleos de produção de saraus abertos de música, poesia e literatura a todos os participantes da UMC-RTS, visando incorporar na luta política a contribuição das artes;
– Cine-clubes de discussão de filmes com conteúdo político-educativo;
– Clubes do Livro, para discussão de livros de formação política;
– etc., etc., etc.
(1) O nome Universidade Mútua é emprestado de uma experiência já realizada no Brasil nos anos 80 e 90 pela ONG Associação para o Desenvolvimento da Intercomunicação – ADI, que se inspirara na experiência da Rede de trocas reciprocas de saberes surgida na França dos anos 70. Apoiada no pensamento de diversos autores, inclusive brasileiros, muito especialmente o de Paulo Freire, esse Rede expandiu-se pouco a pouco por toda a França e em muitos outros países (ver na wikipedia a nota “Réseau d’échanges réciproques de savoirs” e informação sobre os vários livros de seus principais criadores e animadores, o casal Claire et Marc Héber–Suffrin, como L’école éclatée, Edição Epi/Desclée de Brouwer, 1981). A criadora da Rede francesa veio ao Brasil para falar de seu trabalho e conhecer a experiencia, numa visita organizada pela ADI. Em 1989, no início do Governo Erundina, em São Paulo, o projeto de Universidade Mútua ganhou o apoio – sem relação administrativa – do Corpo de Voluntários desse governo e do seu Secretário da Educação, Paulo Freire, que aplaudiu seu nome. Dificuldades de financiamento do projeto levaram posteriormente ao seu desaparecimento.
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Contato:
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ENILDE BORGES COSTA
06/08/2022 @ 15:02
Boa tarde.
Sou médica aposentada, mas ainda atuo um pouco na área de Clínica Dermatológica. Também tenho formação em música, especificamente ligada a piano e canto coral.
Tenho vontade de contribuir, de alguma forma, principalmente em áreas ligadas à minha formação, porém coloco-me à disposição para participar de atividades artísticas e da troca de saberes, considerando um pouco da experiência coletada nos meus 73 anos de vida.
Podemos conversar mais.
Abraços