“INDIGNAIS-VOS” de Sthéphane Hessel
Nossa Proposta tem os seguintes objetivos:
- Conhecer o texto “INDIGNAIS-VOS” de Sthéphane Hessel, que pode ser obtido no link: “Indignai-vos”
Stéphane Hessel defendeu a “insurreição pacífica” e foi inspirador dos movimentos dos indignados que se multiplicaram em muitos países.
Escritor, ensaísta e ativista, Hessel tornou-se nos últimos anos fonte de inspiração para movimentos de indignados e para protestos de contestação, em vários países, contra as políticas de austeridade.
Stéphane Hessel nasceu em Berlim em 1917, mas cedo foi viver na França com a família, tendo obtido a nacionalidade francesa. A origem judaica obrigou-o a abandonar o país quando da ocupação nazista, para se juntar à Resistência liderada por De Gaulle na Inglaterra.
Em 1944, foi preso em território francês e enviado para campos de concentração nazista, de onde conseguiu evadir-se. Após o fim da guerra, iniciou uma longa carreira diplomática e representou a França junto das Nações Unidas.
Stéphane Hessel era até o seu falecimento em 2013, com 95 anos, o único redator ainda vivo da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948.
Em 2010 publicou o pequeno manifesto “Indignai-vos”, um sucesso de vendas traduzido para 25 países. Só na França, o livro vendeu mais de dois milhões de exemplares.
Em 2011 apelou à “insurreição pacífica” no prefácio dedicado aos “amigos de Portugal”, numa entrevista publicada em livro com o título “Empenhai-vos”, traduzida para o português.
“A nossa capacidade de indignação pode e deve levar-nos a ações construtivas, motivadas pela recusa da passividade e da indiferença”, afirmava Hessel no prefácio da entrevista de 100 páginas publicada em Portugal pela editora Planeta.
“Saber dizer sim. Agir. Combater. Participar na “insurreição pacífica” que nos permite dar resposta a um mundo que não nos agrada. Numa palavra: empenhar-nos”, afirma Hessel na entrevista a Gilles Vanderpooten, escritor e ativista social.
Para Hessel existiam alternativas aos problemas sociais, econômicos, políticos e ecológicos, mas as soluções para a mudança só são possíveis com ação.
“Empenhai-vos! é mais uma incitação à mobilização do que um programa ou uma imposição. É um convite ao empenho pessoal na vida das cidades e nos combates da nossa época”, afirma Hessel na introdução do livro que inclui a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de que foi co-autor, e ainda o Programa do Conselho Nacional da Resistência redigido, em 1944, na clandestinidade, na França ocupada pelos nazistas.
Na mensagem da versão espanhola do livro, Hessel defendia que os cidadãos se deviam comprometer com “a vida cidadã e as lutas do tempo atual”.
“Corresponde-vos, amigos de Espanha – país em que a diversidade das culturas é mundialmente reconhecida -, a cada um de vós individualmente e a todos nós coletivamente, encontrar as pistas através das quais a ‘cidadania internacional’ em gestação pode dotar de vida este século“, lê-se no prólogo do livro.
Numa entrevista à Efe, Hessel considerou que a ecologia, o terrorismo e o fosso entre os muito ricos e os muito pobres são os três desafios que a Humanidade enfrentará nas próximas décadas.
“Nunca devem desanimar”, apelou. “O mundo é menos injusto hoje do que quando eu era jovem, mas ainda continua injusto”, lamentou.
- Atualizar o texto:
Stéphane Hessel viveu momentos bem diferentes em sua longa trajetória:
– Por conta de sua origem judia ficou preso nos campos de concentração e, quando tudo parecia perdido com sentença de morte decretada, conseguiu evadir-se e passa a viver na clandestinidade, integrando a Frente de Resistência;
– Chega ao auge quando ajuda na redação da Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948;
– Mesmo com essa vitória, continua a se indignar com as injustiças. Entre elas, quem diria, o povo judeu duramente perseguido pelo nazismo na década de 1940, passa a ser o opressor do Povo Palestino, após ter conquistado o Estado de Israel. Nesse sentido, visita a Palestina 6 vezes entre 2002 e 2009 para acompanhar de perto a situação.
Ou seja, a INDIGNAÇÃO sempre foi a força que motivou a sua AÇÃO.
Pois bem, podemos traçar um paralelo com esta trajetória aqui no Brasil:
– Quantos brasileiros viveram o pesadelo da ditadura militar de 1964 a 1985. Muitos foram torturados e mortos pelo regime militar enquanto muitos outros tiveram que fugir de sua pátria para depois retornar por ocasião da anistia;
– O momento da euforia se dá quando grupos organizados em conjunto com deputados constituintes redigem a Constituição Cidadã de 1988, criando mecanismos de Participação Popular e tantos outros Direitos a Liberdade e a uma Vida digna. Embora esta Constituição tenha criado potencialidades a serem implementadas, dependeu de todo um processo de luta durante 3 décadas para que esses direitos escritos na Constituição, fossem mais ou menos assegurados sobretudo aos mais pobres e mais vulneráveis;
– De repente, vem novo pesadelo com uma eleição lastreada com “fake News” de um governo fascista oriundo do submundo do regime militar que parecia enterrado. Inicia-se um processo de desconstrução de valores, corroendo por dentro a própria democracia. Temos um processo de desconstituição da Constituição de 1988. Nossas frágeis instituições, comandadas por pessoas mais frágeis ainda, porque sem princípios e sem valores e deslumbradas pelo poder, se submetem a chantagem de um executivo autoritário e irresponsável, cuja única competência é desconstruir o que está funcionando. É nesse contexto que o presidente da câmara dos deputados tendo sobre sua mesa mais de cinquenta pedidos de impeachment do presidente da república afirma em alto e bom som que não consegue enxergar nas atitudes do presidente nenhum crime de responsabilidade. Igualmente, o presidente do supremo tribunal federal que felizmente está deixando o cargo proclama que não consegue ver nas atitudes do presidente da república nenhuma ação contra a democracia.
– Uma coincidência triste desta trajetória de Stéphane Hessel é que seu amigo e filósofo alemão Walter Benjamin se suicida no ano de 1940 para fugir do regime nazista ao não aguentar mais tantas catástrofes.
– Já na trajetória do Brasil, recentemente, o Ator Flávio Migliaccio militante das causas libertárias na época da ditadura, se suicida por não aguentar tamanho retrocesso deixando uma carta na qual diz “A Humanidade não deu certo”, como nos mostra emocionado o Ator Lima Duarte ao se despedir do amigo. Vale conferir no Youtube pesquisando “lima duarte flavio migliaccio”
Entretanto, desanimar não é a solução. Por isso, não nos resta outra alternativa senão indignar-se com tudo isso e agir:
- Criar Frases que nos inspirem indignação:
Incluir as Frases mais expressivas do grupo.
- Desenvolver Ações que nós, “Os Sem Poder”, temos ao nosso alcance:
– Exigir dos diferentes poderes o cumprimento da Constituição. Uma dessas ações, por exemplo, é se inteirar da Petição, através do link:
Esta é uma entrevista de 25 minutos que Chico Whitaker e Rafael Rodrigues da Silva, Diretor Nacional do Cebi, deram à Radio Brasil Atual sobre a petição pedindo que Maia ponha logo em votação o impeachment de Bolsonaro. Esta Petição foi lançada pelo CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos). Vale a pena ouvir para saber um pouco mais sobre o que é essa petição, assiná-la e compartilhar:
https://www.change.org/Maia-queremos-impeachment-já
- Ter como Eixo ou Fio Condutor:
Sem Poder + Indignação, que leva a Ação de transformação, através de Redes (Inter Redes).
Temos que ter claro que nós, “Os Sem Poder”, temos muito poder quando conseguimos canalizar nossa indignação através de “AÇÕES”, que congreguem muitas pessoas, atuando em “REDES”.
Portanto, o segredo é não ficar isolado, atuando em comunhão com outras pessoas, formando Redes. Ao mesmo tempo, descobrir Redes com Propostas semelhantes, de forma a atuar entre Redes (Inter Redes).
- Manter a Esperança: O combustível de toda Transformação
Como vimos na trajetória de Stéphane Hessel e em nossa trajetória de Brasil, a conjuntura é cíclica.
Como podemos mudar a situação atual?
– Indignar-se com o que não concordamos, principalmente com as injustiças!
– Idealizar o que queremos: qual o país de nossos sonhos? O que queremos mudar? Que Democracia queremos? Toda realidade para ser implementada, tem que ser criada mentalmente primeiro.
– Criar ações práticas de como podemos atuar.
– Criar Redes interagindo com as pessoas e definindo os melhores caminhos de atuação e, na sequência, descobrindo outras Redes que pensam semelhante para uma atuação Inter Redes.
Importante: Nossa prática nessas Redes tem que ser semente, modelo, protótipo daquilo que almejamos para toda a sociedade!!!
O futuro não é obra do acaso. O Futuro, temos que construir!!!