Estratégias de Enfrentamento da Pobreza e da Fome em Tempos de Pandemia
“Ágora dos/das Habitantes da Terra” AHT nasceu na Itália em 2017 ou 2018. O inspirador e organizador principal foi Riccardo Petrella, economista, um dos cientistas do Grupo de Lisboa (grupo pioneiro na busca de alternativas ao sistema neoliberal dos anos 90) e que foi presidente do Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA) contra a Nestlé, Coca-cola e outras colegas que vcs conhecem. Ele chefiou a campanha internacional “Tornemos ilegal a pobreza” (não os pobres) e dele com um grupo de intelectuais e militantes de diversos outros países criaram a Ágora. A ideia é tornar a humanidade sujeito de direitos e sujeito de fala enquanto humanidade. (Hoje, quem fala em nome da humanidade???). Então, a primeira campanha foi a de dar carteira de cidadão (cidadã) da Terra a toda pessoa humana. Ninguém mais é clandestino. Ninguém é estrangeiro. Nossa pátria é a terra como casa comum. E a luta pelos bens comuns da humanidade. Fez-se também uma campanha para que assim como a ONU já reconheceu a Declaração dos Direitos Humanos e a Carta da Terra, agora elaboremos uma Carta dos Direitos da Vida e aí nessa luta entraram na luta contra o patenteamento das vacinas contra a Covid e contra todos os vírus. As vacinas devem ser consideradas bens comuns da humanidade. E uma carta assinada por muita gente de muitos países foi mandada ao Secretário Geral da ONU nos meses passados. Apesar do pedido oficial dos presidentes da África do Sul e da Índia, até aqui a resposta da ONU foi Não. A Ágora, aqui no Brasil sob a coordenação de Luis Rena (professor em Betim), MG e de Marcos Arruda (economista que foi do IBASE com Betinho) estão trabalhando em prol da Multiconvergência das Redes Internacionais e dos Coletivos de Base.
A Ágora dos e das Habitantes da Terra propõe um pacto pela humanidade, convidando pessoas e organizações para o esforço de reinventar a vida em sociedade. Essa reinvenção deverá considerar todos os seres vivos. Em uma perspectiva socioecológica o humano deixa de ser o centro das atenções e o único ser de direitos. Tudo que vive passa a ser reconhecido como sujeito de direitos. Dois pontos são cruciais para a AHT:
a) A criminalização das estruturas geradoras da pobreza e da fome.
b) A preservação e proteção dos bens naturais como patrimônio de toda humanidade. Isso exige uma nova forma de organização da economia, que inaugure outra relação com a natureza e com nossa casa comum. Nessa atividade se pretende problematizar mecanismos da patente e da monetização dos recursos naturais que são de toda humanidade. É fundamental articular as redes e organizações que se orientam por essa visão crítica da financeirização da economia, denunciando o sistema da dívida como mecanismo de sangria dos países e povos do Sul, ampliando e profundando concentração da renda e da riqueza.