Assistir e debater “O som ao redor”
A professora Cláudia Mogadouro, formadora audiovisual e animadora da Roda de Conversa sobre Cineclubes, está com o “HD cheio”, como ela mesma se definiu na manhã/tarde de domingo, 21 de abril, quando houve essa conversa. Saía de uma sessão de cinema, ia de metrô ao Grupo Cinema Paradiso (grupo de debates que vai completar 29 anos) e ainda guardaria forças para o dia 6 de maio, às 19h30.
Nesse dia haverá uma troca de saberes, na Unimutua (veja site ocandeeiro.org), sobre o filme “O som ao redor”, de Kleber Mendonça Filho, disponível na Netflix. O filme anterior foi “Mães paralelas”, de Pedro Almodóvar.
O Grupo Cinema Paradiso já existe há quase três décadas, com debates quinzenais ininterruptos. “Fazemos no Cinema Paradiso um ‘cineclube meio torto’, se podemos dizer assim. No cineclube tradicional as pessoas assistem juntas ao filme e o discutem em seguida. Mas exatamente porque a vida em São Paulo é muito corrida, decidimos escolher um filme, em cartaz nos cinemas, e cada pessoa assiste em um horário de preferência. E aí nos encontramos apenas para debater aquele filme” (www.grupocinemaparadiso.com.br).
Há ainda o Coletivo Janela Aberta – Cinema & Educação (que existe há oito anos). Dentre as várias ações de formação audiovisual de educadores, promove mensalmente uma sessão de cinema, seguida de debate, no Cine Marquise, no Conjunto Nacional.
Dias repletos? Sem dúvida, mas guarda o sonho de debater novelas com pessoas que não têm hábito de ir ao cinema. “Por exemplo, gostaria de conversar sobre a novela Renascer, muito bem dirigida, muito rica artisticamente e que traz tantos temas interessantes”.
Fica para mais tarde um pouco… Por enquanto, centra-se nas atividades do Grupo Cinema Paradiso, do Coletivo Janela Aberta e na Roda de Conversa sobre Cineclube. O Cineclube Janela Aberta Cinema & Educação é parceiro do Candeeiro (www.janelaaberta.org).
“Tenho muitos anos trabalhando com cineclubismo – como fazer, como mediar, o que é essencial. Sempre vi no cineclubismo um instrumento de educação política e educação cidadã, como leitura crítica da realidade. Compreender o cinema ajuda a ter criticidade sobre as informações que nos chegam. Um exemplo disso é o entendimento mais profundo da linguagem audiovisual no combate às fake news. Isso sempre com pessoas que pensam diferente, pois somente assim haverá diálogo”.